por Keila, a Loba, em 07.03.07
Fazia tempo que eu não via um olher tão triste, e igualmente não havia mantido contato com uma pessoa tão sofrida e solitária. Enquanto conversávamos, pude perceber tratar-se de alguém ativo e trabalhador no passado, porém mergulhado nas entranhas da auto-estima adoecida, e por esse motivo resolvi trazer alguma coisa para que pudéssemos compreender por que é tão sofrido e difícil ser ALGUÉM QUE AMA DEMAIS.
As informações obtidas em consultórios e ambulatórios mostram que:
1. Foram criados em lares desajustados e não tiveram suporte emocional satisfeito;
2. Não receberam atenção afetiva necessária, e tentam suprir essa necessidade tornando-se super-atenciosos, especialmente com pessoas aparentemente carentes;
3. É comum vê-los ao lado de pessoas absolutamente incompatíveis social, espiritual e emocionalmente;
4. Não se sentem atraídos por pessoas gentis, estáveis e seguras porque consideram "agradáveis e enfadonhos demais";
5. Ocasionalmente se vêem deprimidos, e tentam prevenir esses acessos melancólicos criando a qualquer custo um relacionamento instável;
6. Porque não receberam atenção, amor e afeto dos pais, reagem de forma sedutora a pessoas com porte emocional familiar e inacessível - tal e qual os pais -, e tentam transformar essa pessoa através do seu amor;
7. Porque tem medo da solidão e abandono, usam todos os meios emocionais possíveis para impedir o final de um relacionamento;
8. Se tiver que ajudar a pessoa com quem estão envolvidos, se dão demais; não existem situações, horários ou quaisquer outros tipos de impedimentos que a façam olhar para si mesmos;
9. Por estarem habituados a não receber amor durante os relacionamentos, estão dispostos a enganar-se, ter paciência, iludir-se e sofrer calados a ficar sozinhos;
10. Por conta da auto-estima negativa, arcam sempre com a culpa e com as falhas em quaisquer tipos de relacionamentos a que se submetem;
11. Não acreditam na felicidade, aoo contrário, acham que o direito à felicidade deve ser construído através de muito sofrimento e custos pessoais;
12. Porque tiveram uma infância pautada pela insegurança e raras demonstrações de afeto, sentem uma necessidade desesperadora de controlar seus parceiros e seus relacionamentos usando o artifício de "bonzinhos e prestativos";
13. Sentem profundo desgosto se não forem requisitados, e se sentem rejeitados, evidenciando o grave problema de auto-estima;
14. Possuem um desejo incontrolado de se sobrepor e de mudar as pessoas;
15. Ocasionalmente fogem da realidade, momento em que sonham com o relacionamento perfeito para fugir do caos emocional que são suas vidas;
16. São visivelmente dependentes de parceiros, e estampam nos olhos um grande sofrimento espiritual;
17. Apresentam tendência à dependência de sexo, drogas, álcool, jogos e/ou a alimentos;
18. Estão sempre envolvidos com pessoas indiferentes, que têm acessos de raiva, crueldade, violência e desonestidade porque acreditam que seu amor poderá salva-los;
19. Durante as crises vividas ao lado de pessoas descritas no item 17, a liberação da adrenalina e de toda a ansiedade envolvida na situação eles acreditam ser Amor, oportunidade em que revivem os tempos de infância;
20. Tem tendência ao suicídio porque consideram a morte parte de um sacrifício válido para chamar a atenção das pessoas.
PESSOAS QUE AMAM DEMAIS são pais de CRIANÇAS QUE SOFREM DEMAIS!
01. CRIANÇAS INVISÍVEIS: Nunca pedem nada; estão determinadas a não criar transtorno familiar ou qualquer outro; jamais fazem qualquer tipo de exigência; acreditam que contribuem para a saúde da família se simplesmente não existirem emocionalmente; são insensíveis e indiferentes, pois o processo de anulação a que se submetem serve de escudo; possuem poucos amigos e têm problemas na escola.
02. CRIANÇAS MÁS: Geralmente são rebeldes e tendem ao caminho da delinqüência juvenil porque foram escolhidas e/ou escolheram ser o "bode expiatório da família"; fazem o gênero do avesso, do contra, encarnam o sofrimento, a raiva, o medo e a frustração da família; acobertam toda a sua raiva e ódio usando a fantasia do mal, quando na verdade os sentimentos são frágeis.
03. CRIANÇAS BOAS DEMAIS: Suas mais profundas necessidades se voltam para dar alguma coisa boa a família; realizam todos os desejos dos pais; as notas escolares são sempre as melhores da sala; sabem cuidar da casa, fazem comida, tomam conta de irmãos mais novos e até de irmãos mais velhos; cuidam dos pais para que não briguem, não bebam, não fumem e não se viciem; parecerem boas é mais importante do que o sentimento pessoal de estar e se sentir bem.
CAMINHOS DA REABILITAÇÃO EMOCIONAL.
. PROCURAR AJUDA: Fazer parte de um grupo terapêutico; a prescrição de medicamentos ansiolíticos sugere avaliação psiquiátrica, fato que afasta muitas pessoas do tratamento adequado; a literatura é muito vasta e deve ser usada para esclarecer o que é ser uma Pessoa que Ama Demais; o envolvimento da família é fundamental.
. PRIORIZAR O TRATAMENTO: A auntoconsciência sobre o problema e a certeza de que sozinho não ha progressão são essenciais; assumir o compromisso pessoal e buscar ajuda profissional; reservar um tempo para os cuidados afetivos através de uma rotina pessoal elaborada para a prática de esportes, arteterapia, exercícios de corporeidade e outras modalidades.
. PROCURAR UM GRUPO TERAPÊUTICO: É muito importante perceber o problema e a solução em grupos especialmente constituídos, onde a oportunidade de discutir comportamentos comuns entre pessoas com o mesmo distúrbio é o caminho para a reabilitação afetiva e emocional.
. TERAPIAS ALTERNATIVAS: Não se recomenda o tratamento apenas com medicação alopática. Hoje, com o incremento das terapias alternativas, a ioga vem ocupando lugar de destaque; também a meditação, a musicoterapia, práticas físicas com impacto físico de médio a alto, entre algumas das mais usuais.
. DEUS E O SER: Descobrir um caminho religioso para algumas pessoas é decisivo no tratamento e reabilitação.
. AMOR: Redesenhar uma rotina doméstica, priorizando tempo e atividades diferentes é um bom começo para aprender a gostar de si e respeitar os limites pessoais.
Dados do Curso: Você, amante... Aprendendo a entender os relacionamentos
Dra. Ana Júlia Couto, médica pediatra
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33 comentários
De programa reviver a 08.03.2007 às 20:12
Dotora aqui estao Leda, Fátima, Raimunda, Diva, Terza, Carmô, Chico e Vicente desejando a senhora a paz as coisas boas da vida e muito amor no seu aniversario e dia da mulher.
Gostamos muito da senhora.