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UM TRISTE ADEUS

por Keila, a Loba, em 29.04.07
Ao professor Rogério, uma das pessoas mais puras e amigas que conheci, mas teve sua vida abreviada na madrugada, quando bandidos o assaltaram e bateram impiedosamente em seu corpo frágil e entregue, quando para ele o ser humano haveria de ser pacífico e calmo para aprender e sobreviver.

A dor dos amigos nem de longe maltrata quanto a dor da família, pois o Rogério tinha o dom de minimizar as dores da vida e, de repente, era como se estivéssemos diante de um sábio que se personificava na figura do irmão, senão do próprio Deus, que dos ceús falava por sua boca e nos tocava com suas mãos curativas.

Da sua partida restarão lágrimas de eternas saudades, também o Hiatus necessário aos Uivos da Loba para reflexão e retomada de conceitos e rumos, pois é preciso meditar sobre a condição sub-humana em que vivemos na atualidade, quando cidadãos de bem são vitimados por ações criminosas, e nem governo, nem sociedade, e nem nós temos coragem e estímulo para dizer e praticar o tão esperado BASTA!


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Não gosto de ti calado, porque estás como ausente
e não me ouves de longe, e esta voz não me toca.
Os teus olhos foram de ti voando
A tua alma foi arrancada de ti
e um adeus selou a tua boca e os teus olhos.


Como todas as coisas estão cheias da minha alma
tu emerges das coisas cheias da alma minha e permanece vivo, amigo
Borboleta de sonho, pareces-te com a minha alma
e pareces-te com as palavras adeus e melancolia - e eu choro.


Não gosto de ti calado e estás distante
E estás como queixando-te, borboleta em arrulho.
E ouves-me de longe, e esta voz não te alcança:
vais deixar que eu me cale com o silêncio teu.


Vais deixar que eu te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um abraço.
Agora tu és igual à noite, calado e constelado.
O teu silêncio é de estrela, tão longínquo e tão simples.


Não gosto de ti calado porque estás ausente
Distante e doloroso como alguém que já se foi.
Uma palavra então, um teu sorriso bastariam.
E eu estou infeliz porque te levaram à força, te roubaram de nós, e restam as dores e saudades de quem ama.

Poema nº 15, Pablo Neruda
Alterações textuais da Loba.

Agradeço a indicação do LabellaLuna a oportunidade de participar do concurso. Obrigada.



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publicado às 17:47

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