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CARTA ABERTA AO INFINITO

por Keila, a Loba, em 27.01.09


 

Um dia perdido na existência, nossos pais se encontraram por um mero e desconhecido acaso. Sem que fosse necessário dizer coisa alguma, esse encontro acendeu uma informação vincular que já estava escrita nos livros do infinito. Criou-se, assim, a primeira possibilidade de que teríamos uma história de vida.


Contrariando e/ou juntando formação, diferenças, ideologias, distâncias, preconceito, afinidades, prioridades, amor de mais ou de menos, nossos pais optaram por um encontro mais profundo, uma troca orquestrada por uma razão biológica de perpetuar e de ser. Essa escolha permitiu que uma porta fosse aberta para que pudéssemos estar aqui, ocupando esse espaço no universo e na vida.


Dos milhares de espermatozóides que lutaram bravamente para chegar aos óvulos de nossas mães e fecundá-los, apenas um trouxe consigo as informações que nos transformaram na pessoa que somos na atualidade. Quantas outras vidas foram desperdiçadas que para nós pudéssemos usufruir dessa oportunidade! Depois disso, trilhões de células se dividiram, se transformaram e se especializaram para formar cada uma das estrutura dos nossos órgãos internos, um espetáculo que tão somente justifica o quanto nós e a natureza desejamos compor essa grande fraternidade universal. Tudo foi preparado para que estivéssemos aqui, agora.


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Foi criado um espaço único, intransferível e pessoal para que cada um de nós pudesse ocupar, e seu conteúdo integral nos é absolutamente desconhecido. Cada dia em nossas vidas, novas conexões espirituais, físicas, materiais e relacionais estão o tempo inteiro sendo construídas, de forma que a vida nos confere infinitas possibilidades. Tudo pode ser feito e desfeito o tempo inteiro.


Algumas filosofias antigas e atuais indicam que estamos aqui porque pedimos, porque nos foi concedida a honra de tentar mais uma vez. Para construir essa história, nascemos.


Com o passar dos anos, não sucumbimos às doenças tão comuns que abatem milhares de crianças em todo o mundo, conseguimos sobreviver à adolescência rebelde e sem causa aparente, mas estivemos em rota de colisão com os primeiros perigos da vida às vezes antes dos 18 anos. Para nos desvirtuar dos caminhos previamente escolhidos, e que ainda estão sendo traçados, alguns de nós fumamos e bebemos todas, usamos o corpo de todas as formas possíveis, e mais uma vez o Infinito abriu as portas vinculares para firmar as parcerias e arcar com as conseqüências.


Alcançamos a condição adulta, estudamos, formamos pares, gestamos, produzimos, consumimos, construímos, destruímos, vivemos, matamos, morremos, muitos ainda ocupam um espaço bem definido no tempo e na vida e outros tantos já se foram. Convivemos com a vida e com a morte, mas ainda não sabemos porque acontecem, tampouco nos acostumamos com a certeza de que ambas são a nossa única certeza. O desafio agora e sempre é saber o que faremos com a oportunidade que ainda está na rota de nossas vidas. Como conseguir um ponto de equilíbrio e sabedoria? Qual o segredo da vida, longevidade e felicidade?


E ficamos assim, quase sabendo o que é a vida, quase compreendendo por que ela nos foi dada, mas é certo que esses conceitos se desfazem e refazem ao calor da menor dúvida e certeza. Talvez porque estamos o tempo inteiro mudando, formulando e adquirindo conceitos, tudo o que percebemos pode não corresponder à realidade. Ou talvez não exista uma só realidade. Talvez existam várias vidas ocupando espaços definidos, mas todas são absolutamente dependentes das outras. . Quem saberia me dizer?

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publicado às 01:49


61 comentários

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De Keila, a Loba a 03.02.2009 às 18:57

Feliz por saber de você, mas infeliz por ver uma casa tão linda e sem a presença forte dessa escorpiana arretada de boa!! Volte, amiga, você faz falta.

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