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Por que algumas pessoas não conseguem fazer amor?

por Keila, a Loba, em 03.12.10

A TRIBO DOS ASSEXUADOS

  

   

 

Michael Doré tem 28 anos e nunca beijou. Nem pretende. Beijos, carinhos e qualquer forma de contato íntimo lhe causam repulsa. “O sexo me enoja”, diz. “Sou um assexual convicto.”  É quase impossível imaginar que um cara como ele, charmoso, bem-sucedido — é um matemático norueguês e PhD da Universidade de Birmingham, na Inglaterra —, sequer pense em transar. Ainda mais nos dias de hoje, em que sexo e orgasmo são quase uma obrigação. E, antes que você se pergunte o que há de errado com Michael, ele mesmo responde: “Não, não sou gay, não fui abusado na infância, nem tenho problemas hormonais. Eu simplesmente não gosto de transar”.

 

Assim como ele, a pedagoga mineira Rosângela Pereira dos Santos, o bancário americano Keith Walker e uma legião de assexuados dos mais diferentes cantos do planeta começam a sair do armário. São homens e mulheres de todas as idades, perfeitamente capazes de fazer sexo, mas sem nenhum apreço pela coisa. Gente que, graças ao apoio da Aven (Asexual Visibility and Education Network), rede que luta pela visibilidade dos assexuados no mundo, conseguiu se unir para levantar a bandeira da abstinência e lutar para que a assexualidade seja reconhecida como uma quarta orientação sexual (além de héteros, homos e bissexuais).

 

  

7% das mulheres e 2,5% dos homens

garantem viver perfeitamente sem sexo,

segundo dados da Organização Mundial

de Saúde

 

  

“Por assexual entende-se apenas aquele que não sente atração sexual, não o que não é capaz de se envolver”, explica a socióloga Elisabete Oliveira, que fez do assunto tema de seu doutorado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. “Existem os assexuais românticos e os não românticos. O primeiro grupo consegue se apaixonar, casar e até ter filhos — desde que não haja sexo envolvido. O segundo não gosta de carinhos e não se sente apto a se apaixonar.” A libido é uma energia vital que pode ser canalizada para o trabalho.

  

Esses dois grupos também podem ser classificados como libidinosos ou não. “Ser assexual não significa, necessariamente, não ficar excitado”, afirma o bancário americano Keith Walker, 37 anos. “Muitos de nós se masturbam, mas não estabelecem relação entre isso e o sexo. É apenas uma maneira de relaxar e aliviar o stress”, diz. Segundo a psicóloga paulista Tânia Mauadie Santana, hoje é comum que a energia que antes era sexual seja canalizada para outras áreas da vida. “A libido é uma energia vital, o que não necessariamente se manifesta só nos órgãos sexuais. O desejo pode ser direcionado para o trabalho, a comida e as atividades físicas”, diz.

  

  

 

 

 

 

No Brasil, 9% das mulheres não acham o sexo importante para o casamento.

 

Com as recentes investidas no chamado Viagra feminino — comprimido à base de flibanserina que promete devolver a libido à mulher que a perdeu e apresentá-la a que nunca teve —, a comunidade médica tem falado muito em “desejo sexual hipoativo”. O termo, catalogado há mais de 30 anos pela Organização Mundial da Saúde como uma “disfunção sexual”, tem conotação pejorativa para assexuados, que, com razão, não querem ser vistos como doentes. “Quem pratica sexo costuma ter humor melhor, pois o ato libera hormônios de ação antidepressiva. Mas a falta dele não chega a ser um problema de saúde. Ninguém vai morrer por isso”, afirma Tânia Santana. Segundo o psiquiatra Alexandre Saadeh, a assexualidade só requer tratamento quando gera sofrimento. “Se a falta de desejo ou o excesso dele impedir alguém de ser feliz, aí, sim, deve-se falar em tratamento. Caso contrário, não há por quê”, afirma o médico.

 

Freud tentou explicar.

Desde Sigmund Freud (1856-1939) a ciência tenta explicar as conexões entre a sexualidade e o bem-estar físico e mental. Quando o pai da psicanálise escreveu seu ensaio sobre ansiedade e neurose, em 1895, dando uma ênfase até então inédita à sexualidade, choveram críticas. Freud achou melhor rebatê-las em um outro artigo, no qual foi ainda mais enfático no que tange a sexualidade.

 

Freud escreveu: “Muitas doenças mentais e as fobias, em especial, não ocorrem quando a pessoa leva uma vida sexual normal”. Sobre a pedra fundamental das análises de Freud ergueu-se um monumental edifício de estudos da sexualidade e de seu impacto sobre outras dimensões vitais do ser humano.

Agora os médicos investigam como as carências sexuais podem produzir doenças físicas e psicológicas e, por outro lado, como determinadas doenças afetam o desempenho e a satisfação sexual. O que se sabe é que as depressões, os problemas cardíacos e circulatórios e o diabetes são doenças com impacto direto sobre a sexualidade. (ACB)

  

 

O tema ainda desperta pouco interesse em pesquisadores

 

O assexualismo é bem diferente do celibato, que implica decisão consciente de sufocar os desejos sexuais. Um dos poucos estudos publicados sobre assexualismo – definido como falta duradoura de atração sexual por homens ou mulheres –, os pesquisadores constaram que 1,1% dos adultos podem ser assexuados. O número foi extraído de uma pesquisa com 18 mil britânicos entrevistados sobre doenças sexualmente transmissíveis. Os dados foram analisados posteriormente por Anthony Bogaert, psicólogo da Universidade Brock, em St. Catharines, Canadá, que publicou suas conclusões no “The Journal of Sex Research”.

 

Bogaert concluiu ainda que 44% das pessoas que não expressavam interesse em sexo estavam casadas ou viviam com parceiros, ou já haviam passado por esse tipo de relacionamento no passado.

 

Contudo, dados da Organização Mundial da Saúde apontam um número bem superior. Cerca de 7% das mulheres e 2,5% dos homens garantem viver bem sem qualquer atividade sexual.

 

 

 

 

Pesquisa

http://www.msja.com.br/noticias/os-assexuados-conheca-a-tribo-que-defende-o-direito-de-nao-transar

 

http://www.otempo.com.br/jornalpampulha/noticias/?IdEdicao=150&IdCanal=20&IdSubCanal=&IdNoticia=4545&IdTipoNoticia=1

 

http://lanhousedopurgatorio.wordpress.com/2008/09/17/os-20-mandamentos-assexuados/

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 01:41


1 comentário

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De Arruda Bastos a 09.12.2010 às 20:15

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