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"O tempo é como um rio. Você não pode tocar a água de um rio duas vezes, porque a água que passou por entre as suas mãos não é a mesma que vai molhar a sua cabeça".
A edição impressa do Jornal Folha de São Paulo de hoje, 20/01/2013, traz artigo assinado pelo físico brasileiro Marcelo Gleiser em que diz, "Questionando a realidade: Na ciência, um objeto pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, atravessar obstáculos, ter dois estados incompatíveis" = http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/89442-questionando-a-realidade.shtml.
Esse artigo chama a atenção para o pouco, ou quase nada, que sabemos sobre os progressos da física moderna, especialmente sobre a física ou mecânica quântica e suas descobertas impressionantes. Mas, o que estuda a tão falada física quântica? A mecânica quântica é a teoria que descreve o comportamento da matéria na escala nanométrica, ou seja, é a física dos componentes da matéria, sejam átomos, moléculas e núcleos, que por sua vez são compostos pelas partículas elementares. O estudo desses componentes microscópicos revela um mundo vasto de descobertas grandiosas e estranhas, algumas reveladas por Marcelo Gleiser quando diz, “A realidade pode ser mais estranha do que a ficção. Na ciência, os efeitos quânticos, que aparecem quando estudamos objetos muito pequenos, certamente são mais estranhos do que podemos imaginar. Um objeto pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, atravessar obstáculos, ter dois estados incompatíveis, como o gato de Schrödinger, morto e vivo ao mesmo tempo”.
Se o nosso corpo não fosse composto por algumas ou por todas essas partículas de que fala a mecânica quântica, certamente eu não estaria aqui, quebrando a cabeça, e tentando evitar pensar que nós, seres humanos, também podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo, entre outros. Quantos de nós já experimentamos a sensação de estarmos em estado sonolento, mas com a consciência preservada, e nos vimos, sentimos o cheiro, ouvimos barulhos, contatamos pessoas e saímos às pressas desse lugar porque fomos “sugados” pela realidade do estado inicial em que nos encontrávamos? Já aconteceu comigo, incontáveis vezes...
Outro dia, lembro bem, cochilei rapidamente no sofá da sala, depois do almoço, e imediatamente acordei em uma rua de Londres. Uma vez estando ali, num cenário que me pareceu familiar, senti o cheiro da rua em que me encontrava, ouvi o barulho habitual que parecia mostrar que eu estava perto de casa, e a sensação de alegria, de reconhecimento, provocou em mim um contentamento indescritível.
Retornei rapidamente da Londres em que me encontrava em questão de milésimos de segundos. Quando me vi em Londres, num exato e reconhecido local, e me reconheci ali, sabendo que eu também estava deitada no sofá da minha casa, percebi que eu estava em dois lugares ao mesmo tempo, e ainda preservava a consciência sobre o que vi e sobre o que aconteceu. Fui tomada por uma sensação estranha e curiosa de ter dois estados incompatíveis ocupando uma mesma realidade: eu era a pessoa que reconheceu familiaridade em uma rua de Londres, local em que nessa vida eu nunca estive; e a era também a pessoa que cochilava absolutamente consciente no sofá da minha sala.
Quem assiste a série apresentada pelo ator americano Morgan Freeman, Grandes Mistérios do Universo, programação da Discovery Science, se depara com entrevistas com físicos famosos e não famosos e suas experiências incríveis, na tentativa de apresentar e explicar as novas teorias nos campos da astrobiologia e da física quântica, além de narrar a perene discussão de como o universo foi criado – e se existiu um criador. Vale a pena ver.
Para encerrar, um filme que me chamou atenção recentemente foi A Viagem, estrelado por vários atores hollywoodianos, como Tom Hanks, Halle Berry, Hugh Grant e Susan Sarandon. Em “A Viagem”, várias histórias, em épocas diferentes, passado, presente e futuro, estão conectados mostrando como um simples ato pode atravessar séculos e inspirar revoluções.
Veja também http://alefnossomundo.blogspot.com.br/2011/07/grandes-misterios-do-universo-com.html