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"O tempo é como um rio. Você não pode tocar a água de um rio duas vezes, porque a água que passou por entre as suas mãos não é a mesma que vai molhar a sua cabeça".
Desprezando as notícias e imagens anteriores de violência urbana no Brasil e no mundo, outra vez estamos vivendo o terror dos armamentos e artefatos nucleares ameaçando a vida. E não é de admirar que isso esteja acontecendo em 2013, embora tenhamos considerado a possibilidade da guerra fria ter ficado lá para trás. Não ficou. Guerra, mísseis e ogivas nucleares, morte, carnificina, intolerância, violência e outras palavras “de guerra” nunca saíram da moda.
Fazendo um tour pelos primórdios da humanidade, a bíblia fala que Adão e Eva praticaram o primeiro ato violento contra a humanidade através da desobediência. É fato que esse livro sagrado também conta as histórias de filhos que mataram seus pais e vice-versa para assumir reinados e terras, há inúmeros relatos de governos e povos em constante luta por democracia e menos impostos, sem esquecer aquelas figuras bíblicas - e atuais - que sempre decidem de forma errada o futuro de seu povo, muita fome, miséria, e uma eterna luta por territórios e poder até os dias atuais.
Existem várias teorias que tentam explicar o comportamento violento dos homens, com destaque para o pensamento de Thomas Hobbes, que afirma que a índole humana é má, violenta, e seu caráter para praticar a brutalidade e explodir em violência é culpa unicamente do indivíduo, sendo essa uma teoria inatista – a violência é inata ao ser humano; que contradiz Jean-Jacques Rousseau, conhecido pelas publicações que dão à natureza humana uma índole bondosa e contente.
Alguns pesquisadores dizem que a frustração é a maior causa da violência; outros, afirmam que o potencial biológico da agressão existe no ser humano, mas esse potencial mudou desde que o homem saiu de seu ambiente natural para viver nas cidades. O austríaco Konrad Lorenz diz que a agressão é desencadeada quando a raiva é acumulada no sujeito, mas o psicólogo Luiz Cláudio Figueiredo, da Universidade de São Paulo, diz que a agressividade tem muitos aspectos biológicos, mas os hormônios não se acumulam e depois se dispersam como supõe o Konrad Lorenz. Para o geneticista Oswaldo Frota-Pessoa, da Universidade de São Paulo, um grupo de genes é responsável pelos comportamentos violentos do sujeito, ou seja, “eles apenas determinam a probabilidade de a pessoa ser agressiva. O resto é com a vida”.
Enquanto tentamos descobrir quando e por qual motivo passamos a desenvolver comportamentos agressivos, a violência explode em todos os países e em todas as camadas sociais, chegando a ser considerada uma epidemia. Mata-se uma pessoa porque ela entregou inofensivamente tudo o que tinha disponível para ser levado, dando à violência um caráter absolutamente banal e injustificável. Políticos “matam” populações inteiras desviando verbas, subtraindo dinheiro público para acúmulo pessoal, deixando famílias sem saúde, educação, moradia, trabalho e emprego, dando à violência um caráter altamente complexo e de difícil identificação para quem a caracteriza por apenas um ângulo.
Os casos de violência e/ou assédio no trabalho estão levando muitos trabalhadores às drogas, ao suicídio e à depressão, além de faltas e licenças para tratamento de saúde. A violência na família é responsável pelos transtornos pessoais e sociais cada vez mais comuns observados nas escolas americanas, lembrando que a violência não é um fenômeno apenas de pobres, mas também de medianos e de ricos.
A junção de situações diversas em que a violência é fenômeno claramente observável no globo terrestre, nos países, nas cidades, entre as pessoas e individualmente nos dá a plena certeza de que é necessário aprender a domar nossos desejos, os fracassos pessoais, nossos medos e ansiedades para poder compreender que a crise em que vivemos não é na natureza, mas nos homens que fazem uso dela. Nossos instintos violentos estão ameaçando os recursos naturais que justificam a vida, seja a água, o ar, a terra, os animais, vegetais e minerais de forma rápida e injustificada, pois nem mesmo o instinto de sobrevivência está sendo capaz de nos fazer parar.
Se você consegue passar alguns poucos dias sem usar da violência verbal e física para viver em família, trabalhar, estudar e participar de eventos sociais considere-se um belo exemplar humano. Cada vez mais estamos nos acostumando a usar da rispidez, da indiferença e arrogância para mostrar as pessoas que não somos tão idiotas quanto pensam, que temos sangue corrente e quente nas veias para reagir diante dos perigos da vida, que podemos morrer, mas haverá sempre algumas armas letais escondidas e aguardando o inimigo, sendo esse o argumento da ciência para justificar o instinto violento do ser humano.
Pesquisa em:
http://artigosdabiko.blogspot.com.br/2010/07/falando-sobre-violencia.html
http://super.abril.com.br/cotidiano/onde-vem-violencia-438848.shtml
http://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com.br/2007/01/teorias-sociais-violncia-e-integrao.html